quarta-feira, 24 de outubro de 2012

AO TERMINAR A MISSÃO


A oração e a ação de cada um transforma e dá força à pessoa que atua, na presença, no gesto, na vivência. No passo que se dá de amar o outro, no ser que cativa e eternamente se sentirá cativado, eis-me aqui, como luz pequenina no mundo. Estas palavras são minhas, sentidas antes de partir para esta experiência como leiga no voluntariado missionário. Agora que a vivência da missão está a chegar ao fim, sinto que Deus está em mim e, é algo maravilhoso. Pôs-me à prova, testei alguns limites da minha existência e consegui perceber até onde me consigo dar e o que na realidade tenho para dar. Estou pronta para o que me espera, ou talvez não esteja, mas acredito que Deus não me faltará.
Por terra angolana escrevo esta minha partilha da experiência que vivi, o caminho está a chegar ao fim, um fim com início na certeza, mesmo sem saber como e de que maneira, pois o desejo de realizar é forte. Somos um pequeno grupo com grande força, acredito que juntos, no futuro bons projetos vão ser feitos, para todas as nossas vivências de missão através das Franciscanas Missionárias de Maria.
Fui a primeira a partir este ano de 2012, serei a primeira a chegar e os passos que arrisquei dar estão contados para o regresso a casa, à vida quotidiana, esta que não será a mesma, pelo menos na perspetiva do olhar o outro, igual a nós com as suas imensas diferenças, escutar com o coração, ver o mundo com os olhos de Deus e acreditar que é possível mais, melhor, mesmo com todas as dificuldades, fragilidades, modo de ser, nosso e do outro que se cruza no nosso caminho de missão como leigos enviados pela Igreja ao serviço do outro, a evangelizar, seja aqui ou em qualquer outro lugar. Assim, só posso sentir o meu coração sorrir, com a alegria inexplicável de ter cumprido um pouco mais do Evangelho em que acredito, “Ide!...” (Lc 10, 3).
Ao longo dos meus 33 dias em terras angolanas, pude visitar e viver lugares, também situações, cultura e pessoas. Estive três semanas na cidade de Mbanza Congo, o centro da “minha missão”, com os alunos da 5ª e 6ª classe da Escola Primária Santo António, uma aventura, por exemplo, iniciaram 82 alunos o seminário de formação bíblica e terminaram 46 alunos, para além de tudo o que me ensinaram os próprios alunos, foi para mim um verdadeiro curso, como praticar pedagogia, ensino, disciplina e em tudo colocar carinho e amizade. Recordo o telefonema de uma aluna a perguntar-me se tinha chegado bem, se a viagem tinha corrido bem, fiquei completamente embebecida com a ternura demonstrada. São sinais de Deus que acalma pensamentos e sentimentos menos positivos, dando-nos aconchego. Também pude conhecer e viver outro projeto missionário, através dos Franciscanos, um centro de acolhimento a crianças e jovens até aos 18 anos de idade, com histórias de vida incríveis e inacreditáveis. Foi uma bênção nesta minha experiência missionária, o carinho, amizade, companheirismo que me ofereceram aquelas crianças e jovens é algo difícil de esquecer e não marcar a pessoa que sou. Senti vontade de mudar o mundo, sabendo que não consigo, senti vontade de fazer de novo, sabendo que não é possível, senti vontade de ficar e dar-me, sabendo cada vez mais que não tenho tamanha capacidade… Pude com tudo isto sentir e viver os frutos do Espírito Santo, cada pessoa é presença do Espírito Santo nela e a caridade, o amor, a ternura, o afeto, a alegria, a partilha, a fraternidade, a bondade, a paciência são obras do Espirito Santo, por tudo sinto a beleza de viver a vida mesmo nas situações menos aprazíveis da própria vivência da vida.
No dia que completei três semanas em Mbanza Congo regressei a Luanda, para no dia seguinte partir para conhecer um local de peregrinação “Mamã Muxima”, um lugar lindo, que dá paz, serenidade, onde a oração para mim faz muito sentido e a procura do que Deus quer para mim é pensado e repensado na busca incessante de perceber se o que eu quero é ou não o mesmo que Deus quer e onde me leva toda esta surdez que possuo, grita-me Senhor estou surda! Quero apenas sentir que realizo o projeto do dom da vida, que para mim é apenas ser feliz.
                Que o agradecimento seja considerado por todas as pessoas que fazem parte da minha vida e desta minha experiência, em cada palavra que escrevi, em cada gesto que fiz, em toda a minha presença, porque simplesmente não tenho como agradecer por tudo, apenas posso dizer obrigado. 

Lúcia Reis Guerreiro
Em Angola de 30 de Julho a 31 de Agosto de 2012

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Voluntárias Missionárias em Moçambique

  

Partimos a 18 de Agosto de 2012 rumo a terras Africanas, com a única certeza de que as Irmãs Franciscanas Missionarias de Maria (FMM) nos esperariam em Maputo. Desconhecíamos o local para onde iríamos em missão… Assim, não sabíamos o que nos esperava e por isso procurámos estar preparadas para todos os cenários possíveis. Levámos na bagagem material escolar, vestuário para crianças e mulheres, jogos, brinquedos e manuais que considerávamos importantes para trabalhar em diversas áreas. No coração levámos esperança, alegria, motivação e curiosidade.
Na chegada a Maputo ficámos sem parte da bagagem mas isso não nos abalou; estávamos confiantes que a mesma iria chegar nas devidas condições. O que acabou por acontecer dias depois…
Na viagem do aeroporto até a casa (FMM) fomos tendo o primeiro contacto com as pessoas e a cidade. As Irmãs souberam acolher-nos muito bem. Levaram-nos a conhecer o nosso novo lar e antes de irmos descansar até ao dia seguinte acompanharam-nos também numa refeição reconfortante. A nossa casa era modesta, muito tranquila, acolhedora e nunca nos faltou nada. Em Maputo soubemos que iríamos para Manga (Beira) mas… só daí a uma semana...
Aquando a estadia em Maputo deparámo-nos com novas realidades, que não nos eram familiares, do ponto de vista urbano, demográfico e social. Encontrámos uma cidade cheia de edifícios, ruas e avenidas, bem como, abundante em diferentes raças, culturas e religiões. Jamais esqueceremos, o primeiro impacto que estas imagens tiveram em nós.
Fomos também conhecer a comunidade Namaacha e o trabalho lá desenvolvido. Ai Namaacha… ficaste em nosso coração… as crianças, as adolescentes e as Irmãs com quem partilhámos vida e afectos… que saudades… Uma realidade bem diferente da cidade de Maputo, notando-se um contraste evidente quer a nível da organização e edificação urbana, quer a nível social e demográfico.
Enquanto estivemos com as Irmãs procurámos sempre integrarmo-nos nas suas actividades, nomeadamente nos momentos de oração na casa, na eucaristia e noutras celebrações na comunidade, nas refeições e nos momentos de lazer. Nas Irmãs sentimos a alegria que é dar a vida pelos irmãos sem esperar nada em troca. Essa alegria era também manifestada e transparecida nos seus cânticos e nas suas danças. Sentimo-nos abençoadas por Deus pela experiência que estávamos a viver em Maputo. Os grandes contrastes do luxo e da pobreza, dos espaços urbanos e dos rurais, não eram nada perante a nossa vivência em comunidade.
Após um dia, cansativo mas alegre, de viagem em Machibombo chegámos à Beira, onde fomos também bem acolhidas pelas Irmãs FMM. Estávamos ansiosas por iniciar o nosso trabalho. Assim, no dia seguinte e após uma noite bem descansada fomos conhecer as obras das FMM naquela comunidade. Existe um Internato que acolhe e acompanha jovens e adolescentes do sexo feminino, um Centro de Saúde que presta cuidados nas mais diversas valências, uma Maternidade e um Centro de Nutrição.
O nosso trabalho visou essencialmente prestar apoio no Centro de Nutrição. Quando percebemos o seu modo de funcionamento, criámos um plano de intervenção com objectivo de trabalhar diversas áreas, nomeadamente, na prevenção do HIV/Sida, na formação das mães em Puericultura, nos cuidados de higiene e de saúde a terem consigo próprias, com as suas crianças e nos seus lares. Tentámos também dar continuidade ao que já se fazia, como a hora do conto, onde umas mães ensinavam as outras na leitura e também na escrita. Ao tentarmos colocar em prática o nosso plano de intervenção, constatámos que era de todo impossível criar mudanças em tão pouco tempo… Deparámo-nos com uma realidade para a qual já tínhamos reflectido em grupo antes de partirmos em missão. De facto, nós devemos ir ao ritmo do povo que nos acolhe. Não seria em três semanas que poderíamos dar ferramentas às mamãs para que depois elas conseguissem por si só dar continuidade aquando a nossa ausência. Também não haveria missionários previstos para aquela zona nos próximos tempos que o pudessem fazer. Assim, alterámos tudo e resolvemos ESTAR com as mamãs e as crianças, através de encontros em grupo, momentos de escrita e de leitura, da hora do desenho, do canto e dos jogos. Procurámos conhecer a vida de cada um, auxiliámos nos cuidados a ter na saúde e na alimentação das crianças, fomos a casa dessas famílias para também perceber como vivem e interagem com os restantes membros da família e acompanhámos algumas crianças ao Centro de Saúde.
Enquanto visitámos as casas das “nossas” famílias fomos tendo contacto com as várias realidades dos bairros por onde passávamos. Bairros que fervilham de crianças; milhares de crianças. As pessoas que encontrávamos eram de uma forma geral simpáticas e afáveis; os jovens e as crianças sorridentes pediam-nos ansiosamente para que tirássemos fotografias.
Os bairros eram habitados por uma população muito pobre, que cresce sem qualquer plano de ordenamento, de forma espontânea e sem infra-estruturas. Ruas estreitas, caminhos e vielas, com águas paradas, misturadas com lixo, onde predominam casas de caniço, pois são habitações, cujas paredes e tetos são constituídas com madeira e zinco. Muitas destas habitações, não têm acesso a água canalizada, no seu interior ou exterior. Abastecem-se essencialmente em poços ou furos, muitas das vezes sem condições mínimas de tratamento, o que agrava a situação sanitária. As condições de saneamento são muito precárias, não existe um sistema de saneamento, não possuem qualquer tipo de casa de banho, nem sequer uma latrina fora de casa (uma das características do meio rural).
E… um mês passou depressa! Tínhamos que voltar e a saudade dos “nossos” meninos, das “nossas” mamãs e das Irmãs FMM aumentava (e aumenta) de dia para dia. Chegava a hora da despedida e muitas lágrimas correram.
 Foi uma experiência que jamais esqueceremos. Sentimos que as pessoas que passaram por nós marcaram muito mais a nossa vida do que nós as marcámos. Sem dúvida que recebemos muito mais do que demos e, com toda a convicção sentimos que viemos cheios do Espírito e do Amor de Deus, manifestando-se também, no forte desejo de partilhar esse Amor com quem passa por nós. Conforme, cantamos muitas vezes: “Sou feliz, porque a vida é partilhar; mais do que receber a alegria está no dar…”
Em conversa com uma das Irmãs concluímos que fomos apenas “espreitar”.
A Deus queremos dizer “KANIMAMBO” pelo dom da vida.
(Julieta e Sofia – Leigas Voluntárias Missionárias - FMM)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Vem conhecer a tua vocação, o sonho de felicidade que Deus quer construir contigo!

ONDE? Na Comunidade de Acolhimento a Jovens Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria, Rua João Paulo II, 530 Arcozelo - Barcelos.

O QUÊ? Encontros no primeiro fim-de-semana de cada mês, para jovens (raparigas e rapazes), a partir dos 14 anos, que queiram discernir o sonho de Deus para eles: vida matrimonial, vida consagrada, vida sacerdotal ou vida laical. Todos os encontros começam no 1º dia às 21h e terminam com o almoço do último dia.

QUAIS OS TEMAS? Sinais do amor de Deus, Respostas ao amor de Deus: matrimónio, vida consagrada, vida laical, sacerdócio.

OBJETIVOS: Conhecer-se; Dialogar com Deus; Aprofundar a Palavra de Deus; Conhecer os diferentes caminhos cristãos de felicidade.

TRAZER: Boa disposição; Vontade de partilhar; Bíblia; Caneta e papel; Algum alimento (ex: hortaliça, cenouras, batatas, arroz, leite, etc.) para confeccionar as refeições do fim-de-semana;
E algum amigo!

Se quiseres fazer uma experiência de fé em Jesus Cristo, junta-te a nós. Datas dos encontros (1º fim-de semana do mês):

Novembro: de 2 a 4;
Dezembro: de 30 Novembro a 2 de Dezembro;
Janeiro: de 4 a 6
Fevereiro: de 1 a 3
Março: de 1 a 3
Abril: de 5 a 7
Maio: de 3 a 5
Junho: de 31 de Maio a 2 de Junho

CONTACTAR: Irmã Ana Luísa dos Anjos Prego, franciscana missionária de Maria
Telemóvel: 912714108; Tel: 253822871; Correio eletrónico: analuisaprego@gmail.com

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Novo ciclo de formação missionária - 20 Outubro

No Dia 20 Outubro, das 10h às 18h irá iniciar em Odiáxere o novo ciclo de Formação Missionária.
Se tiveres interessado ou conheceres algum amigo que queira abraçar este projeto, envia um email para bolukakuazua@gmail.com. Assim poderás ter acesso a mais informação e proceder à tua inscrição (ficha de inscrição, em impresso próprio).
Até breve amigos missionários!

Missão rumo a Angola!!!

Novos Missionários irão partir hoje para Angola, mais concretamente, Cangumbe!
Ana e Els levam o coração repleto de alegria e confiança!
A permanência na missão é de 1 a 5 meses.
Boa Missão Amigas, Estamos Juntos!
Abraço missionário